Divina Conexão

Enviado em 02/10/2010 (2439 leituras)

O Músico e os Pássaros

Um simples relance, simples ato de enxergar, não apenas olhar
Os olhos da alma do poeta lírico e sua conexão sagrada
Na imagem jamais antes notada
Pequeninos grandes Pássaros fazem sinfonia
Mesmo no silêncio de seu repouso
Quase inaudível quieto... Constante
Ao entardecer se torna "quase" um ritual
Adornado pela sombra projetada pelo rei Sol
O horizonte pinta sua aquarela ao fundo
E na penumbra musical silenciosa
No contorno do pentagrama energizado
O músico e os Pássaros se tornam uníssonos
Na rara e inigualável compreensão
Da conexão que há muito se perdeu.

Compus esta singela poesia para introduzir e complementar meu artigo sobre a divina conexão e usarei como exemplo maior disto, um músico brasileiro chamado Jarbas Agnelli, que conseguiu ser tocado por uma imagem que para alguns não faria diferença alguma.

Trata-se de uma foto vista por ele em um jornal de São Paulo que retratava Pássaros empoleirados em fios de energia elétrica. Ele percebeu que esta imagem desenhava uma pauta em um pentagrama musical (leitura de partitura), em seguida sentou em seu piano e começou a materializar a melodia composta pelos Pássaros na foto. Isto resultou em algo que ao ouvir e sentir, não pude conter as lágrimas, tamanha beleza ímpar que se tornou a música.

Podemos notar que esta conexão feita por Jarbas Agnelli pode nem ser chamada, pelo mesmo por esta palavra, devido ao fato dela ter sido concebida tão naturalmente. Esta naturalidade de simplesmente enxergar além, por estar observando e ser pego no fluxo de sua Inspiração, funciona como um portal que quando acessado por alguém, mesmo que, inconscientemente, não me refiro a este caso em específico usando este termo, possui a chave que faz despertar e desabrochar a "Flor da Alma". Ele foi "abduzido" por esta força primordial, força esta que, sabiamente, conduzia nossos antepassados a aprenderem da Mãe Natureza todas as lições necessárias para se manter a vida, em todos os seus aspectos.

Acredito, também, que ele "se deixou" levar por ser uma pessoa sensível e "suscetível" por uma das mais belas manifestações do espírito e da arte, - sou suspeito em dizer, é claro - a Música!

Temos em nossas raízes esta conexão e o acesso a esta conexão, se dá muitas vezes, por meio do que eu chamaria de "meditações súbitas do subconsciente". Aqueles momentos em que nos encontramos parados, olhando o horizonte longínquo e tentando alcançá-lo, como quando estamos próximos a paisagens que de algum modo, nos cativam e elevam nossos pensamentos. Nesta hora, não há (e nem precisam) palavras. Momentos como estes nos fazer empurrar, sutilmente, este portal de conexão para que possamos vislumbrar algo fascinante e inerente a nossa evolução espiritual. Se possuirmos a sensibilidade necessária, poderemos "compartilhar com a Natureza", perceberemos nossa sagrada Inspiração de modo que nos rendermos ao embriagante fluxo que ela conduz.

Esta conexão é capaz de nos moldar como seres humanos buscadores, nos tornando mais "leves" e menos "donos da verdade", pois se compreende que a verdade não pertence a nada que é tangível ao pensamento comum e até ao raciocínio perspicaz. Mas sim, ao imenso e vasto universo que se faz presente sempre para aqueles que possuem a chave da percepção, onde a simplicidade é um dos mais belos e gratificantes caminhos para a Sabedoria.

AWEN a todos!!!

Por Ëldrich Hazel Ybyrapytã
Caminhante que busca o despertar da consciência através da meditação e da compaixão.

Citação:
"Somos todos folhas da mesma Árvore."
Ëldrich, filho da Aveleira
http://eldrichazel.blogspot.com

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