Stonehenge Pré-Céltico

Stonehenge é um sítio arqueológico, considerado como o mais importante monumento pré-histórico da região da Grã-Bretanha. Localizado nas planícies de Salisbury, no condado de Wiltshire, na Inglaterra, foi tombado como patrimônio da humanidade pela Unesco em 1986. A primeira menção sobre Stonehenge aparece num texto do século 12 em "Historia Anglorum" de Henry Huntingdon, como o Círculo de Pedras.

A estrutura principal é formada por dois anéis concêntricos e monolitos de pedra, construídos por volta de 3100 a.C., possivelmente usado para fins religiosos. O anel externo tem cerca de 86 metros de diâmetro e o interno, em média, 30 metros e alguns monolitos possuem cerca de 9 metros de altura. A arquitetura dos anéis tem relação com os movimentos do Sol e da Lua, mas quem o construiu e qual sua finalidade, jamais saberemos.

A construção original era composta por uma vala circular e um monte com 56 furos, formando um anel em torno do seu perímetro. A primeira pedra a ser observada no sítio foi a "Pedra do Calcanhar", marcando uma entrada única, orientada para que o sol da manhã do solstício de verão (o dia mais longo do ano que ocorre entre os dias 20 e 21 de junho, no Hemisfério Norte), pudesse irradiar diretamente sobre ela. Os primeiros raios brilham no centro do monumento e expandem por entre as pedras em formato de ferradura.

Esse alinhamento expressa uma grande adoração ao Sol, reforçando o mito de que o monumento foi construído como um templo ritualístico. Recentemente, o astrônomo Gerald Hawkins afirmou que Stonehenge não é meramente alinhado aos eventos astronômicos. Tudo indica que ele também foi usado para previsão de acontecimentos cósmicos, como os eclipses e as mudanças das estações do ano, como um calendário agrícola. Outro exemplo pré-céltico de observação celeste é Newgrange, na Irlanda, alinhado ao sol nascente do Solstício de Inverno.

Stonehenge é muito mais do que um santuário, evidentemente reconstruído com a ajuda do historiador Brian Edwards. Apesar de seu acesso ser restrito, ele ainda é considerado um local sagrado de grande conexão aos Deuses, além da paisagem local que atrai cerca de 700 mil visitantes por ano. Vale ressaltar que Stonehenge, os Druidas e os Celtas foram associados erroneamente e esse enigma se reflete até os dias atuais.

Fonte de Pesquisa e estudo:
English Heritage - Visit Stonehenge
Stonehenge - Encyclopædia Britannica

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O Romantismo e a Celtomania

As crenças e práticas dos druidas sempre exerceram grande fascinação. John Aubrey propusera que os círculos megalíticos em Stonehenge e Avebury, que sabemos agora serem da época neolítica, não eram templos druídicos. Estas ideias foram adotadas e popularizadas na Inglaterra por William Stukeley e na França por Malo de la Tour-d’Auvergne e Jacques Cambry. No final do século XVIII, a associação entre os druidas e os megalitos foi firmemente estabelecida na imaginação popular: apesar dos melhores esforços dos arqueólogos, ainda não foi totalmente posta de lado.

Existia realmente alguma coisa em relação aos Celtas, que os europeus do século XVIII achavam simplesmente irresistível e, deste modo adotaram o que se tornou conhecido como «Celtomania». Embora tivesse se extinguido antes do meado do século XIX. A Celtomania foi uma manifestação do movimento romântico, uma rebelião cultural contra o racionalismo e materialismo do Iluminismo. O romantismo exaltava a imaginação, o irracionalismo, o individualismo, a rebelião e o amor pela natureza e o exótico. As sensibilidades estéticas dos europeus foram radicalmente alteradas.

Estas mudanças estéticas tiveram grande impacto nas atitudes em relação aos Celtas. Tudo o que era conhecido sobre os celtas antigos viam de trabalhos de escritores clássicos hostis gregos e romanos, que os viam como bárbaros perigosos. Estes escritores construíram o que aos seus olhos era um estereótipo pouco elogioso dos Celtas, como violentos, orgulhosos, indisciplinados e supersticiosos. Tratados de modo pouco crítico, tal estereótipo de hostil e pouco exato, parecia preencher para os românticos tudo o que o seu movimento simbolizava. Os Celtas, de “selvagens perigosos”, transformaram-se em “nobres selvagens”, não corrompidos pela civilização decadente.

Apesar de quase nada se saber sobre as suas crenças, os Druidas tornaram-se exemplos de espiritualidade, para serem imitados por intelectuais que se encontravam desiludidos com uma religião organizada de natureza impessoal e repelidos pela fealdade criada pela revolução industrial. Os druidas romantizados começaram a aparecer na poesia, pinturas e em óperas.

É por estas razões que, apesar dos grandes avanços nos estudos acadêmicos da história e arqueologia célticas, a moderna Celtomania não foca tanto nos Celtas históricos, mas nos celtas romantizados e criados pelo primeiro período desse movimento.

Apesar de os primeiros neodruidas do século XVIII, provavelmente, acreditarem que estavam a fazer renascer uma antiga religião, a maioria dos Druidas modernos são mais realistas sobre a sua religião e reconhecerem com liberdade a sua natureza sintética. E não afirmariam mais do que acreditar que estão a recriar o espírito do Druidismo e, em particular, o seu respeito pela natureza. Mesmo assim, requer algumas tomadas de posição alargadas sobre a sensibilidade antiga e a popularização das celebrações durante o solstício em Stonehenge.

Céu de Estrelas - Stonehenge

Informações Turísticas: Stonehenge está localizado aproximadamente a 160 Km de Londres. Existem também outros sítios arqueológicos fascinantes como o círculo de Avebury, o monte de Silbury e assentamento de Old Sarum. As cidades mais próximas de Stonehenge são: Amesbury e Salisbury.

Fonte Bibliográfica
Os Celtas: Da idade do bronze aos nossos dia - John Haywood

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(Texto atualizado em 16/09/2020)


Templo de Avalon

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