A Canção de Amergin
Templo de Avalon - Caer Siddi : Cultura Celta
Publicada por
Rowena em 10/8/2011
Amergin é filho de Mil, chefe dos Milesianos que lutou contra as Tuatha Dé Danann, descrito no "Lebor Gabála Érenn - O Livro das Invasões".
Considerado um grande druida local, "Ollamh" - tÃtulo que literalmente significa "Mestre" - cada tuath ou tribo tinha o seu próprio "Ollamh". Ao pisar no solo irlandês, Amergin entoou uma canção/encantamento em forma de poema, reivindicando as terras da Irlanda. A seguir, uma adaptação da Canção de Amergin. "Eu sou o vento sobre o mar. Eu sou a onda do oceano Eu sou o rugido das ondas, Eu sou o poderoso boi de combate, Eu sou o gamo das sete batalhas, Eu sou o falcão no penhasco, Eu sou a gota de orvalho no raio de sol, Eu sou o javali selvagem, Eu sou o salmão da sabedoria, Eu sou o lago da planÃcie, Eu sou a força da palavra, Eu sou a lança certeira, Eu sou o fogo que cria o pensamento. Quem ilumina a pedra da montanha, se não eu? Quem mostra o lugar onde o pôr-do-sol se deita? Quem conhece as idades da lua, se não eu? Quem chama o gado de volta para casa do rei? Quem nomeia as cachoeiras, se não eu? Quem é o Deus da forma, da batalha e das armas? Quem sabe o segredo da fortaleza, se não eu?" Suas palavras são como um desafio, uma inspiração divina que, na lÃngua gaélica, é conhecida como "Imbas", a "Inspiração Poética", tal como a "Awen" dos galeses, um frenesi conhecido como "fogo na cabeça", promovido por estados alterados da consciência. O poema de Amergin revela segredos druÃdicos, centrados numa longa jornada xamânica, rumo ao Outro Mundo e o seu retorno. A canção de Amergin evoca os reinos do céu, da terra e do mar, com palavras de sabedoria e poder, a partir do "Eu Sou", pois cada ser carrega em si elementos ("dúile") que os une à natureza e os Deuses, ou seja, a integração do homem com o ambiente que o cerca. Interligados como um nó celta.VIDEO Letra em gaélico: "Am gaeth i m-muir Am tond trethan Am fuaim mara Am dam secht ndirend Am séig i n-aill Am dér gréne Am cain lubai Am torc ar gail Am he i l-lind Am loch i m-maig Am brà a ndai Am bri i fodb fras feochtu Am dé delbas do chind codnu Coiche nod gleith clochur slébe Cia on co tagair aesa éscai Cia du i l-laig fuiniud gréne Cia beir buar o thig tethrach Cia buar tethrach tibi Cia dám, cia dé delbas faebru a ndind ailsiu Cáinte im gai, cainte gaithe." As Tuatha de Danann foram derrotados e obrigados a recuar para o Outro Mundo, através de colinas subterrâneas, o SÃdhe, muito além mar, graças a um feitiço de invisibilidade de Manannán. A Irlanda foi dividida entre os irmãos de Amergin, Érimón, que governou o norte e Finn Éber, o sul. E encerra-se, assim, mais um ciclo dentro da epopeia celta e as Tuatha Dé Danann aparecerão em muitas outras histórias séculos adiante, comprovando sua existência divina e imortal. Que assim seja!Rowena A. Senėwėen ® ExtraÃdo do livro Brumas do Tempo Todos os direitos reservados.