Bríg e a Maldição dos Campos de Batalha |
---|
Colunistas: Enviado em 03/08/2011 (9233 leituras) |
A Senhora do fogo, da cura e da poesia, celebrada no Festival de Imbolc, também, possui um lado sombrio... Sua força ancestral é tão forte quanto as demais Deusas soberanas da terra e da guerra. Ao contrário do que muitos pensam, Brighid representa uma Deusa guerreira conhecida como "Bríg Ambue", a protetora soberana dos Fianna - exército de guerreiros criado para proteger os reis da Irlanda, formado por membros de diversas tribos, durante o Ciclo Feniano. Brighid inspirou os bardos a compor bênçãos e maldições cantadas como uma forma de se proteger, chamadas de "Bríocht Cáinte", conforme a tradução do dicionário gaélico elaborado por Seán Ó Tuathail. Bríocht: é um feitiço ou maldição utilizada, principalmente, para a proteção nos campos de batalha. Pode ser escrito "bricht" ou "breacht". Cáinte: significa discurso ou aquele que discursa; é um tipo de sátira, uma composição poética ou um canto de advertência, feita de maneira irônica e proferida apenas pelo 'fili' da tribo. Há vários mitos e lendas celtas que descrevem essa prática ou manifestação, através da inspiração poética tal como o "Awen" para os galeses e o "Imbas" para os irlandeses, um frenesi conhecido como "fogo na cabeça", promovido por estados alterados da consciência. A "Bríocht Cáinte" é a forma mais temida de maldição de todos os mitos irlandeses, inspirada pela Deusa Brighid. Estas maldições podem ser acompanhadas pelo bodhrán (tambor irlandês) ou o bater de palmas, direcionadas para alguém que não agiu corretamente ou cumpriu os costumes relacionados com a honra, a verdade e a lealdade da comunidade. Bríg Cáinte Em honra à Brighid, amada: O meu forjar não é somente para moldar Também não sou a mãe que apenas conforta E a minha poesia não é só para elogiar Para moldar o guerreiro... Eu sou a chama da renovação Eu sou o terror que ronda o opressor Eu sou a água que purifica os campos Eu sou o malho que golpeia a ilusão Para inspirar a batalha... Eu sou a fúria do fogo Eu sou a tocha dos Fianna Eu sou a voz que exige justiça Eu sou a canção da palavra que rogo Para calar o inimigo... Eu sou o medo do traidor Eu sou a força da espada Eu sou o sangue que corre nas veias Eu sou a morte do caluniador Eu sou a Cáinte, que lança Maldições e cantos aos adversários Por Bríg Ambue, a portadora da esperança. Que assim seja! Rowena A. Seneween Todos os direitos reservados. Este artigo foi inspirado nos textos de Erynn Rowan Laurie. Iniciando, assim, mais uma jornada por este incrível mundo celta irlandês e todo o seu simbolismo mágico... Fáilte! Leia também: Sugestão para celebrar Imbolc Rowena A. Senėwėen ® Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo. ![]() www.templodeavalon.com Brumas do Tempo: www.brumasdotempo.blogspot.com Três Reinos Celtas: www.tresreinosceltas.blogspot.com Para saber as referências bibliográficas e endereços de sites, usados para a pesquisa dos nossos textos e artigos, clique aqui. Leia, também, os artigos de Rowena A. Senėwėen. ![]() |
Direitos AutoraisA violação de direitos autorais é crime: Lei Federal n° 9.610, de 19.02.98. Todos os direitos reservados ao site Templo de Avalon : Caer Siddi e seus respectivos autores. Ao compartilhar um artigo, cite a fonte e o autor. Referências bibliográficas e endereços de sites consultados na pesquisa dos artigos, clique aqui. |