Morrigan: A Grande Rainha

Enviado em 26/11/2008 (6273 leituras)

Imaginem uma mulher extremamente alta, cabelos castanhos escuros longos até a cintura que serviam como uma espécie de ´´capa´´ sobre os ombros, olhos penetrantes tão negros como a noite, pele branca quase translúcida e corpo de músculos bem delineados que não deixavam de revelar encantos femininos sem par e fazer qualquer um pensar nos prazeres carnais que ela poderia oferecer.

Agora não se deixem enganar por sua bela aparência, pois detrás delas há uma guerreira implacável, caçadora das mais hábeis, mestra no manuseio de qualquer arma e invencível no combate por sua força descomunal e invulnerabilidade.

Aliás, em qualquer batalha, seja entre Deuses ou mortais, lá estava ela liderando tropas com um grito de guerra tão alto quanto o de dez mil homens e plenamente armada até os dentes onde se destacava em sua indumentária de combate as duas lanças da mais pura prata que carregava nas mãos (quando lançadas capazes de partir ao meio o avanço de um exército inimigo e destroçar em pedaços os quem estivesse mais próximo).

Ela também tinha poderes mágicos como o de cegar os inimigos jogando sobre o campo de batalha uma névoa penetrante bem como também dotada do dom de mudar sua forma humana para de um corvo carniceiro, lobo ou mesmo de uma anciã de aparência bem inocente. Conhecendo bem tanto o poder curativo das ervas e raízes quanto a maneira de usá-las como um veneno mortal.

Esta em poucas palavras é a descrição de Morrigan, cujo o nome em gaélico significa ´´Grande Rainha´´, a Deusa celta da guerra. Ao seu lado, seguindo-a para todo lado como um séqüito de uma rainha, haviam as suas não menos importantes irmãs: Fea (chamada de ´´ a Odiosa ´´), Nemon (conhecida também popularmente como ´´ a Venenosa ´´), Badh (atendendo pelo apelido sugestivo de ´´a Fúria´´ ) e Macha.

Nemon e Fea eram ambas esposas do famoso Nuada da Mão de Prata, um dos reis dos Tuatha Dé Danann (Povo da Deusa Dana), que em combate com Sreng dos Fir Bolgs (antigos habitantes da Irlanda e tribo aliada dos Fomorianos) teve a mão decepada e depois substituída por uma mão de prata feita através das incríveis habilidades de Diancecht (Deus gaélico da medicina) até ser restituída por Miach e Airmid (filhos de Diancecht). Em poder se comparavam juntas a força de Morrigan.

Macha regia os pilares nos quais eram empaladas as cabeças dos guerreiros mortos em combate para qual eram feitos pelos celtas o culto da cabeça na idéia de ser assim capaz de capturar o espírito dos inimigos. Diziam que Macha vivia a cantar nos campos de batalha, com uma voz bela e magnética que tinha o poder de enfeitiçar os inimigos e levá-los a loucura ao ponto de cometerem o suicídio.

Por sua vez, Badh vinha com suas irmãs para animar os combatentes dos quais estavam ao seu lado na batalha para assim inspirá-los a ficarem cada vez mais ferozes, afastando o medo da morte do coração e o receio da derrota. Era individualmente a irmã mais próxima no contato com Morrigan, atuando como sua conselheira e confidente.

Curiosamente a Grande Rainha, sempre vitoriosa no combate, acabou vencida pelo amor não correspondido de Cuchulainn (o grande herói celta) sendo atingida de uma forma mais dolorosa do que em qualquer ferimento obtido em batalha.

Ironicamente, o Amor foi a arma que finalmente derrotou a invencível Morrigan!

Por Ioldanach
Ioldanach se define como auto-didata e celtista amador que tem como linha de pesquisa tratar o assunto de maneira objetiva e da forma mais científica possível.

Citação:
"Sou um celtista aficionado a cultura celta."
Canal Celta
www.worldceltic.blogspot.com

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