O Úlltimo Refúgio dos Druidas |
Enviado em 27/09/2010 (3864 leituras) |
´´Colocou-se então uma guarnição nas casas dos vencidos e foram destruÃdas suas madeiras consagradas a cruéis superstições.´´ Assim narra o historiador latino Publius Cornelius Tacitus (55 - 120 d.C) em seu livro ´´Anais´´. Contando de maneira breve o que na prática levou a destruição da cidadela druida na ilha de Mona (atual Anglesey, no PaÃs de Gales) , onde bosques inteiros foram derrubados, casas queimadas, altares postos ao chão e druidas passados no fio da espada. Numa tosca ironia do destino coube a um nascido em Lugdunum na Gália (atual Lyon na França), o então Imperador Cláudio (10 - 54 d.C), dar cabo do último refúgio dos druidas que desde do tempo do ainda Imperador Augusto ( 63 a.C - 14 d.C ) eram perseguidos sem trégua para cessarem suas atividades em domÃnio romano. Ao final, no apagar das chamas lá por volta do ano 43 d.C , o Imperador Cláudio tinha varrido do mapa os druidas e de lambuja conquistado a Bretanha para o Império Romano. Não resta dúvida que alguns druidas devem ter sobrevivido a este massacre, só que a estes restou como alternativa migrarem em direção as ´provÃncias romanas rebeldes ´ de ´Caledônia´ e ´Hibérnia´ (Escócia e Irlanda que figuravam como lugares tão perigosos quanto de onde estavam fugindo já que prevalecia para aquelas paragens a lógica estreita tribal de que quem não fosse da ´´gens´´ não podia encontrar outro destino além da morte. Assim, diria que provavelmente muitos druidas dos que escaparam da morte pelas mãos dos romanos na ilha de Mona atingiram seu fim certo no encontro de seus ´´irmãos celtas´´ lá na Escócia e Irlanda. Some a esta situação que cada morte de um druida, principalmente, os mais velhos, representava um cabedal enorme de conhecimento perdido definitivamente já que tudo era transmitido e mantido na base da tradição oral e terá noção da gravidade do que estava ocorrendo. Agora, mesmo imaginado que hipoteticamente algum druida entre os mais ´´instruÃdos´´ tivesse logrado sobreviver a todas estas mazelas seria consideravelmente difÃcil dele encontrar pela frente novos discÃpulos para instruir seja pelo receio de cada tribo pelo ´´estranho´´ que lá chegava ou por falta mesmo de interessado já que viver na Escócia e Irlanda naqueles tempos não era tarefa nada fácil. Quanto mais seria se deixasse um filho para ser druida quando podia ser mais um braço para lavrar nos campos, caçar e etc. Lembrando que para formação de um druida se fazia necessário um preparo de quase uma vida inteira dedicada a estudos e não por menos as pessoas voltadas a perseguir este objetivo tinham que em algum grau serem ´´ bancadas´´ socialmente, isto é, não se podia esperar que nem pegassem em armas para defender a tribo numa batalha e tampouco que ficassem disponÃveis para tarefas mais rotineiras de cultivo dos campos. Em outros termos a tribo deveria ser de antemão bem próspera para que pudessem separar entre os seus alguns para serem druidas e dar-lhes condições de sustento. Por tudo isto não considero possÃvel conceber que houvesse ambiente propÃcio para o druidismo manter-se pé depois da destruição de Mona e o que de qualquer maneira ´´sobreviveu´´ deteriorou-se na forma de superstições e mandingas, mas com certeza algo restou. Sem exagero, os druidas (ou aqueles que arrogavam este tÃtulo) ´´pós-Mona´´na Irlanda e Escócia em seus conhecimentos nem de longe faziam sombra do que representava o nÃvel de erudição atingido pelos druidas graças ao contato que tiveram com a cultura greco-romana na Gália. Por Ioldanach Ioldanach se define como auto-didata e celtista amador que tem como linha de pesquisa tratar o assunto de maneira objetiva e da forma mais cientÃfica possÃvel. ![]() Citação: "Sou um celtista aficionado a cultura celta." Canal Celta www.worldceltic.blogspot.com ![]() Para ler os artigos de Ioldanach, clique aqui. |
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