Druidismo Moderno
O Druidismo é uma religião politeísta, um caminho espiritual moderno e contemporâneo, baseado no estudo da cultura céltica e nas gnoses pessoais, centrado na força da terra, que honra os espíritos da natureza, seus ancestrais, os Deuses antigos e que respeita toda a diversidade, na visão moderna. Os grupos são conhecidos como "Bosques", "Clareiras", "Ramos", "Caer", "Gorsedd", "Grove" e se organizam em Ordens, Colégios ou Protogrove.


A palavra druida é de origem céltica e, segundo o historiador romano Plínio, o Antigo - está relacionada a força do carvalho, considerada uma árvore sagrada para essa cultura. Os Druidas foram membros de uma elevada ascendência tribal. Ocupavam os cargos de juízes, sacerdotes, videntes, magos, médicos, matemáticos, astrônomos, alquimistas, etc. Dominavam quase todas as áreas das ciências exatas, como a matemática, a música, a poesia, além de notáveis conhecimentos em medicina natural, fitoterapia e agricultura. Embora possuíssem uma forma de escrita conhecida como Ogham, muito parecida com a escrita rúnica, eles não a usavam para gravar os seus conhecimentos, que era apenas oral.
Após o domínio do cristianismo muitas informações históricas da cultura céltica se perderam, exceto aquilo que permaneceu guardado nos registros dos antigos historiadores greco-romanos. Por isso, muito da história dos Druidas até hoje é um mistério para os pesquisadores acadêmicos; sabe-se que eles realmente existiram entre os povos Celtas, na Gália e na Grã-Bretanha, por exemplo, os locais chamados de “nemeton” estão associados ao Druidismo, onde existiu uma classe de Druidas, que tinham um elevado estatuto adequado ao conhecimento em divinação, leis, tradições tribais, medicina e afins. Apesar de não existirem outras provas para a presença deles entre os Gálatas a não ser, que os juízes o fossem.
Apesar da grafia moderna, as fontes de pesquisa do Druidismo são praticamente as mesmas dos povos conhecidos como Celtas, com um pouco mais de restrições, pois não encontramos Druidas em todas as sociedades célticas, ou seja, somente em textos medievais, de origem meramente mitológica, com dados da arqueologia e relatos dos textos clássicos.
Esse estudo se inicia com a tradução e a citação de alguns textos de estudiosos renomados a respeito do Druidismo, não pretendemos concluir nem impor nossa visão, mas fornecer informações a respeito dessa específica casta druídica. Os Druidas mostram-nos que podemos sempre rever o passado para melhor aprender no presente, neste maravilhoso mundo da pesquisa etimológica e acadêmica, entre o folclore e o mito.
Sugestão de leitura: The World of The Druids - Dra. Miranda Green - Ed. Thames Hudson, 1997.
Dra. Miranda Jane Aldhouse Green: Professora Doutora em Arqueologia e chefe do SCARAB - Centro de pesquisas da Religião, Arqueologia, Cultura e Biogeografia da Universidade de Cardiff em Gales. Autora de vários livros como "The Gods of The Celts", "Celtic Myths", "Exploring the World of the Druids", entre outros. Responsável por produzir documentários sobre a idade do ferro e artigos sobre a cultura céltica.
Conforme a Dra. Miranda Green, o reverendo John Ogilvie foi outorgado em Aberdeeshire, historiador com interesses antiquários. Assim como muitos contemporâneos do século XVIII, Ogilvie erroneamente associou os Druidas aos monumentos megalíticos. A sua descrição de Arquidruida, no mesmo contexto, é algo típico do Romantismo com o qual eles eram vistos pelos antiquários desse período.
John Ogilvie fez uma amálgama dos escritores clássicos com o idealismo do século XVIII, resultando a seguinte confusão: que druida era um nobre, sábio e venerável, um sacerdote vestido de túnica branca e de barba. Já o que sabemos através dos mitos irlandeses, é que os Druidas usavam mantos coloridos e brincos de ouro, como descreveu Estrabão.
Os antiquários usaram excessivamente referências à literatura clássica como foco inicial, do qual eles verteram uma grande quantia de fantasia, atributos e funções druídicas. Em seu extremo, esses aspirantes a druidas atribuíram a eles todas as virtudes, junto com a maioria dos monumentos ancestrais.
Entre os séculos XVI e XIX na Bretanha e no Continente, houve esse grande interesse em material antiquário. Nas palavras de John Haywood, o espírito do Romantismo mudou as atitudes em relação ao ambiente da Europa do século XVIII. A humanidade tinha uma posição cada vez mais forte sobre a natureza indomável, as paisagens selvagens, que se pensavam serem desoladas e assustadoras, tornando-se belas e espiritualmente edificantes. Por fim, o passado histórico sobre Celtas e Druidas, foram e ainda são objeto de muitos debates.
De acordo com a Dra. Miranda Green: "O escritor romano Plínio refere-se ao carvalho sagrado dos Druidas. A santidade das árvores pode ter sido baseada no seu auge, com suas grandes ramificações que parecem tocar o céu, a sua longevidade e a penetração de suas raízes profundas no subsolo. Onde se criaram um elo entre o céu, a terra e o submundo. Além disso, a árvore refletia o ciclo das estações, com a “morte” da folha da árvore que caduca no inverno e o seu renascimento "milagroso", com a germinação da folha e o seu novo crescimento na primavera." Uma forma poética de se referir à religião.
Portanto, na visão contemporânea podemos dizer que o Druidismo é a religião dos Celtas que se perdeu no tempo e que ainda continua viva em nossas almas e corações. Conforme contamos os seus mitos e feitos, além do estudo acadêmico, mais essa religiosidade será relembrada. Que assim seja!
Fonte Bibliográfica
The World of The Druids - Miranda J. Green
Os Celtas: Da idade do bronze aos nossos dias - John Haywood
Rowena A. Senėwėen ®
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(Texto atualizado em 16/09/2020)
"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
Natureza e Conhecimento." Tríade irlandesa.
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