5° Dia: Elementos
Publicado por Rowena em 28/2/2012 (6775 leituras)
Conforme os comparativos indo-europeus ao mundo céltico, os elementos do corpo são vistos como uma estrutura energética composta por três caldeirões, na tradição irlandesa; e cada um deles corresponde a um reino, considerados elementos vitais à vida do homem.
Além disso, há um estudo, baseado num antigo poema irlandês, preservado em um manuscrito do século XVI, chamado de "O Caldeirão da Poesia", traduzido por Erynn Rowan Laurie, que relaciona a poesia ao que está sendo gerado em três caldeirões internos. Uma visão moderna do macrocosmo refletida no microcosmo individual. Abordado também pelo druida Endovelicon em sua postagem.
Transcrevo a seguir, trechos do livro Brumas do Tempo que descreve este estudo:
A autoria desse poema é atribuÃda a Amergin, considerado um Ollamh, tÃtulo que literalmente significa "Mestre". Cada tuath ou tribo tinha o seu próprio Ollamh, tido como o maior e o melhor Druida local. Amergin é filho de Mil, que lutou com os Milesianos contra as Tuatha Dé Danann, descrito no "Livro das Invasões". Há vários poemas atribuÃdos a ele, que sugerem um trabalho interior com os caldeirões para se alcançar o caminho da iluminação, da realização poética e mágica.
O poema nos diz que cada pessoa possui três caldeirões internos que determinam sua saúde geral, o estado da sua mente e da sua psique, em comunhão com o mundo natural. Uma Ãnfima relação com a filosofia hindu e os chacras, mas que difere no sentido de como movimentar, ativar ou derramar toda esse fluÃdo de energia vital, por meio das emoções e da poesia.
A partir deste princÃpio, os caldeirões estão relacionados a nove elementos essenciais ao homem, conhecidos como "dúile ou dhúile " - o número nove é sinônimo de plenitude para os celtas - que, por sua vez, estão interligados ao Cosmos e à natureza, facilitando a manifestação do divino. Um comparativo da estrutura corporal e a natureza, conforme descreve Searles O'Dubhain.
Os "dúile" ou elementos e os seus correspondentes mágicos são:
1°- Os ossos: estrutura que sustenta o corpo. Para os celtas os ossos continham a magia de uma pessoa. Correspondem às pedras.
2°- A carne: estrutura que nos dá forma e possibilita a nossa locomoção. Corresponde à Terra.
3°- A pele: sensores corporais como "antenas" sensÃveis ao toque, calor, dor, frio e prazer. Indicadores de saúde e bem-estar. Correspondem à s árvores e plantas.
4°- O sangue: fluido que dá vida ao corpo, é o rio que flui dentro de nós, que nos aquece e reflete nosso estado emocional. Corresponde ao Mar.
5°- A respiração: é a renovação da vida, elemento que promove a limpeza dos sentimentos e o alÃvio das tensões. Os celtas viam a respiração como o ar que circula no céu. Corresponde aos ventos.
6°- A mente: é a responsável pela sabedoria do homem, são como as ondas cerebrais que controlam a natureza ondulatória do pensamento. Corresponde à Lua, que controla os ciclos das marés.
7°- A face: responsável por expressar a personalidade e como o mundo a percebe. A coragem, a reputação, a palavra e a honra eram demonstradas visualmente pelos bardos, através da poesia. Corresponde ao Sol.
8°- O cérebro: funciona como um computador, responsável por armazenar pensamentos e memórias, o organizador da nossa capacidade mental. Corresponde às nuvens e ao raio.
9°- A cabeça: era venerada pelos celtas, que acreditavam ser o lugar onde residia toda a essência da personalidade e o poder pessoal de cada um, geralmente, eram trazidas como troféus de guerra ou conservadas em um local nobre. Corresponde ao Céu.
Todo esse conhecimento está oculto na linguagem dos poetas. Cada caldeirão possui três, desses nove elementos ou "dúile", que podem ser ativadas através da meditação e da respiração, fazendo parte das práticas diárias de conexão aos Três Reinos. A alegria ou a tristeza são as responsáveis pelo movimento deles, simbolicamente, o caldeirão "confere o que é concedido", àqueles que buscam sabedoria aos trabalhos de magia, adivinhações ou cura.
"As três velas que iluminam a escuridão: a Verdade, a Natureza e o Conhecimento." Uma trÃade irlandesa.
Rowena A. Senėwėen ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo
Todos os direitos reservados.
Além disso, há um estudo, baseado num antigo poema irlandês, preservado em um manuscrito do século XVI, chamado de "O Caldeirão da Poesia", traduzido por Erynn Rowan Laurie, que relaciona a poesia ao que está sendo gerado em três caldeirões internos. Uma visão moderna do macrocosmo refletida no microcosmo individual. Abordado também pelo druida Endovelicon em sua postagem.
Transcrevo a seguir, trechos do livro Brumas do Tempo que descreve este estudo:
A autoria desse poema é atribuÃda a Amergin, considerado um Ollamh, tÃtulo que literalmente significa "Mestre". Cada tuath ou tribo tinha o seu próprio Ollamh, tido como o maior e o melhor Druida local. Amergin é filho de Mil, que lutou com os Milesianos contra as Tuatha Dé Danann, descrito no "Livro das Invasões". Há vários poemas atribuÃdos a ele, que sugerem um trabalho interior com os caldeirões para se alcançar o caminho da iluminação, da realização poética e mágica.
O poema nos diz que cada pessoa possui três caldeirões internos que determinam sua saúde geral, o estado da sua mente e da sua psique, em comunhão com o mundo natural. Uma Ãnfima relação com a filosofia hindu e os chacras, mas que difere no sentido de como movimentar, ativar ou derramar toda esse fluÃdo de energia vital, por meio das emoções e da poesia.
A partir deste princÃpio, os caldeirões estão relacionados a nove elementos essenciais ao homem, conhecidos como "dúile ou dhúile " - o número nove é sinônimo de plenitude para os celtas - que, por sua vez, estão interligados ao Cosmos e à natureza, facilitando a manifestação do divino. Um comparativo da estrutura corporal e a natureza, conforme descreve Searles O'Dubhain.
Os "dúile" ou elementos e os seus correspondentes mágicos são:
1°- Os ossos: estrutura que sustenta o corpo. Para os celtas os ossos continham a magia de uma pessoa. Correspondem às pedras.
2°- A carne: estrutura que nos dá forma e possibilita a nossa locomoção. Corresponde à Terra.
3°- A pele: sensores corporais como "antenas" sensÃveis ao toque, calor, dor, frio e prazer. Indicadores de saúde e bem-estar. Correspondem à s árvores e plantas.
4°- O sangue: fluido que dá vida ao corpo, é o rio que flui dentro de nós, que nos aquece e reflete nosso estado emocional. Corresponde ao Mar.
5°- A respiração: é a renovação da vida, elemento que promove a limpeza dos sentimentos e o alÃvio das tensões. Os celtas viam a respiração como o ar que circula no céu. Corresponde aos ventos.
6°- A mente: é a responsável pela sabedoria do homem, são como as ondas cerebrais que controlam a natureza ondulatória do pensamento. Corresponde à Lua, que controla os ciclos das marés.
7°- A face: responsável por expressar a personalidade e como o mundo a percebe. A coragem, a reputação, a palavra e a honra eram demonstradas visualmente pelos bardos, através da poesia. Corresponde ao Sol.
8°- O cérebro: funciona como um computador, responsável por armazenar pensamentos e memórias, o organizador da nossa capacidade mental. Corresponde às nuvens e ao raio.
9°- A cabeça: era venerada pelos celtas, que acreditavam ser o lugar onde residia toda a essência da personalidade e o poder pessoal de cada um, geralmente, eram trazidas como troféus de guerra ou conservadas em um local nobre. Corresponde ao Céu.
Todo esse conhecimento está oculto na linguagem dos poetas. Cada caldeirão possui três, desses nove elementos ou "dúile", que podem ser ativadas através da meditação e da respiração, fazendo parte das práticas diárias de conexão aos Três Reinos. A alegria ou a tristeza são as responsáveis pelo movimento deles, simbolicamente, o caldeirão "confere o que é concedido", àqueles que buscam sabedoria aos trabalhos de magia, adivinhações ou cura.
"As três velas que iluminam a escuridão: a Verdade, a Natureza e o Conhecimento." Uma trÃade irlandesa.
Rowena A. Senėwėen ®
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"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
Natureza e Conhecimento." Tríade irlandesa.