Bríg Ambue e os Campos de Batalha |
---|
Enviado em 03/08/2011 (11907 leituras) |
A Senhora do fogo, da cura e da poesia, celebrada no Festival de Imbolc, possui também um lado sombrio que proclama a justiça através da poesia. A sua força ancestral é tão intensa quanto as demais Deusas que representam a soberania da terra e da guerra, protegendo-nos da maldade e da destruição. Ao contrário do que muitos pensam, Brighid também tem uma face guerreira conhecida como "Bríg Ambue", a protetora soberana dos Fianna - exército de guerreiros criado para proteger os reis da Irlanda, formado por membros de diversas tribos, durante o Ciclo Feniano. Brighid inspirou os bardos a compor bênçãos e maldições cantadas como uma forma de se proteger, chamadas de "Bríocht Cáinte", conforme a tradução que está no dicionário gaélico, elaborado por Seán Ó Tuathail. Bríocht: é um feitiço ou maldição utilizada, principalmente, para a proteção nos campos de batalha. Pode ser escrito "bricht" ou "breacht". Representando a face de Bríg Bretach. Cáinte: significa discurso ou aquele que discursa; é um tipo de sátira, uma composição poética ou um canto de advertência, feita de maneira irônica e proferida apenas pelo bardo ou "fili", o poeta sagrado. Há vários mitos e lendas celtas que descrevem essa prática ou manifestação, através da inspiração poética tal como a "Awen" para os galeses e a "Imbas" para os irlandeses, um frenesi conhecido como "fogo na cabeça", promovido por estados alterados da consciência. A "Bríocht Cáinte" é a forma mais temida de maldição de todos os mitos irlandeses, inspirada pela Deusa Brighid. Estas maldições podem ser acompanhadas pelo bodhrán (tambor irlandês) ou o bater de palmas, direcionadas para alguém que não agiu corretamente ou cumpriu os costumes relacionados com a honra, a verdade e a lealdade da comunidade. Bríg Cáinte Em honra à Brighid, amada: O meu forjar não é somente para moldar Também não sou a mãe que apenas conforta E a minha poesia não é só para elogiar Para moldar o guerreiro... Eu sou a chama da renovação Eu sou o terror que ronda o opressor Eu sou a água que purifica a terra Eu sou o malho que golpeia a ilusão Para inspirar a batalha... Eu sou a fúria do fogo Eu sou a tocha dos Fianna Eu sou a voz que exige justiça Eu sou a canção da palavra que rogo Para calar o inimigo... Eu sou o medo do traidor Eu sou a força da espada Eu sou o sangue que corre nas veias Eu sou a morte do caluniador Eu sou a Cáinte, que lança no campo As maldições e cantos aos adversários Por Bríg Ambue, a portadora da esperança. Que assim seja! Por Rowena Ferch Aranrot Todos os direitos reservados. Este artigo foi inspirado nos textos e nas traduções de Erynn Rowan Laurie. Iniciando, assim, mais uma jornada por este incrível mundo celta irlandês e todo o seu simbolismo mágico... Fáilte! Leia também: Sugestão para celebrar Imbolc Rowena A. Senėwėen ® Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo. Website: www.templodeavalon.com Brumas do Tempo: www.brumasdotempo.blogspot.com Três Reinos Celtas: www.tresreinosceltas.blogspot.com Leia os artigos de Rowena Ferch Aranrot. |
Direitos AutoraisA violação de direitos autorais é crime: Lei Federal n° 9.610, de 19.02.98. Todos os direitos reservados ao site Templo de Avalon e seus respectivos autores. Ao compartilhar um artigo, cite a fonte e o autor. Referências bibliográficas e endereços de sites consultados na pesquisa, clique aqui.
"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade, |