A subserviência e a liberdade responsável |
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Enviado em 31/03/2011 (2955 leituras) |
Caminhos para a "salvação" são sempre discutíveis e confrontáveis. Através dos tempos houve brigas, guerras e intolerância... Enfim, o que deveria servir de ponto de ligação entre as pessoas que buscam uma forma de conectar-se com o Divino, acabou sendo a causa que gera as incertezas, medos e combates físicos ou não. De um lado, temos as religiões dogmáticas e subservientes que pregam uma doutrina regrada e sistemática, quando contrariada, passiva de punição divina, que segue a imagem de uma divindade imponente e punitiva, que um dia voltará para julgar e punir vivos e mortos nascidos do pecado original. De outro lado, existem as religiões que ensinam que somos feitos da centelha divina, criadora de tudo que é vivo e habita o nosso planeta. Estamos intimamente ligados e tudo o que fazemos, surte efeito em cada ser vivo que habita esta Terra e ecoa nos quatro cantos do mundo. Fazemos parte de um grande corpo, um gigantesco ecossistema divino, rico em amor, fertilidade e abundância. Religiões centradas na sacralidade da Terra, que compreendem a diversidade como uma das principais fontes de força, vigor e ponto de união entre povos, raças, etnias, tribos, etc. A história nos mostra que o mundo era habitado por povos tidos como selvagens, aborígenes, tribos de nativos de uma nação chamada Planeta Terra, que levavam uma vida em conexão com tudo que provinha da Natureza e por isso, considerando-a como sagrada, imaculada e perpétua. Às vezes, fico imaginando como foi o surgimento da primeira ideia de divindade e como a pessoa sentiu que existia isso para ele (a), ou seja, a concepção do universo e como esta divindade se manifestaria na sua vida. Acredito ter sido esta percepção, gradativamente, natural e espontânea, pois os povos primitivos tinham a imensa convicção de como dependiam da Natureza para, simplesmente, sobreviverem. Acredito, também, que eram realizados cultos primordiais aos Deuses e Deusas da criação como o Sol, a Lua, a Montanha, o Vento, etc. E tudo isso, de uma forma bem simples, pois era e foi concebida pelos sinais da própria natureza selvagem e infinitamente bela, a sua inesgotável fonte de alimento e vida. Até onde vemos as palavras: natural e simples foram muito bem empregadas na concepção de divindade e creio ser a forma que mais expressa o amor em sua essência e prolifera o que a Natureza ensina na sua imponência: a fluidez dos Rios, o sopro contínuo dos ventos, as implacáveis tempestades que trazem abundância e fertilidade. Pois tudo que é natural também dual, sendo exatamente aí que a compreensão humana foi deturpada e incompreendida. A princípio, com a chegada de novas crenças, filosofias e espiritualidades. A dualidade é sagrada e traduz (para aqueles que procuram) o equilíbrio da semente que sai de dentro da fruta para mergulhar no solo e tornar-se, novamente, uma Árvore. Assim, a cada desabrochar de uma flor, a vida se manifesta no horizonte em um novo nascer do Sol. Curiosamente, em rede nacional nota-se todos os dias os “apelos” das religiões relacionadas ao meu primeiro relato neste texto, o que antes se tinha como assunto "proibido", como a sexualidade, agora é debatido abertamente por estas religiões. É apelativo e “não-natural” que após séculos de silêncio e punições, sobre um assunto tão polêmico, o "proibido" nestas religiões, apareçam através das “autoridades religiosas” que representam cada uma delas, fazendo cara de "bonzinhos" e dizendo: “É necessário que se oriente o jovem em relação ao uso da camisinha, a orientação sexual é fundamental para que o jovem se forme em sociedade e perante a religião”. Sabemos que o sexo nas religiões da terra, em meu segundo relato neste artigo, sempre foi tido como sagrado, pois é o ato que simplesmente gera a vida e dá continuidade a nossa espécie neste planeta. Portanto, desde o início dos tempos, foi algo sagrado e digno de ostentar, digamos, como “status” do ato criador da vida. Mas com a ascensão e a alta demanda na busca por espiritualidades mais livres, é notório e pertinente que haja esta preocupação por parte das religiões dogmáticas, principalmente, para não perder seus “rebanhos”. E sabemos que entregar panfletos já não basta mais, pois se está tomando consciência de algo maior e mais “simples”, algo há muito bem escondido na “moral e nos bons costumes”, que só as pessoas de maior “desconfiança” e “questionamentos” procuraram buscar, a verdadeira essência de nossa existência e o propósito da vida. Fazendo assim o seu caminho e procurando conscientizar, “contaminar positivamente” os demais, com intenções afins, que por tanto tempo foi ocultado de nosso conhecimento. Agora se sabe que a informação está por toda parte, que nossa inteligência busca a conexão divina que não pode ser “enlatada” ou rotulada, por esse ou aquele líder religioso, desta ou daquela religião. Buscamos sim, pela verdade contida nas entrelinhas dos livros de história, na imagem desfigurada refletida nas águas do lago de nossa Alma imortal. Hoje, procuramos nos conectar com nossa verdadeira busca e usufruímos o que mais belo nos foi dado pela divindade, a liberdade responsável da escolha que, quando bem usada, se torna uma ferramenta de Amor e Cura para um mundo tão doente e deturpado. Por Ëldrich Hazel Ybyrapytã Caminhante que busca o despertar da consciência através da meditação e da compaixão. Citação: "Somos todos folhas da mesma Árvore." Ëldrich, filho da Aveleira http://eldrichazel.blogspot.com Para ler os artigos de Ëldrich Hazel Ybyrapytã, clique aqui. |
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